Stress test nos negócios: descubra o que é, como funciona e métodos para aplicar

stress test

Nesse texto vamos apresentar:

Stress test, no contexto de negócios e investimentos, é um processo com o objetivo de proporcionar uma análise profunda sobre o comportamento de um determinado negócio em um cenário de incertezas. Para isso, toma por base a adoção de uma série de premissas, respeitando três pilares importantes do financeiro: caixa, competência e passivo/ativo.

Como empreendedores, recorrentemente nos deparamos com situações de tomadas de decisões estratégicas que poderão gerar impactos de grande relevância em nossos negócios. Muitas vezes, essas decisões podem envolver o desenvolvimento de um novo projeto e de uma nova unidade de negócio. Ou, até mesmo, a descontinuação de um determinado serviço oferecido pela empresa.

Por conta do ambiente incerto no qual todas as empresas estão inseridas, constantemente buscamos ferramentas e processos para trazer maior assertividade e segurança para o processo gerencial. 

Confira mais a seguir sobre este tópico de grande importância, ainda pouco explorado para a realidade das PMEs.

Stress test: o que é?

O stress test, também conhecido como análise de performance, é um processo que busca trazer maior previsibilidade em situações que não podem ser completamente controladas por uma determinada empresa ou indivíduo. Sendo assim, ajuda a entender como um negócio, conjunto de ativos ou até mesmo uma carteira de investimentos se comportará em diferentes cenários, desenhados a partir de premissas pré-selecionadas.

Voltando à aplicabilidade do stress test para negócios, pode-se citar diferentes contextos nos quais sua utilização pode ser benéfica para a empresa. Por exemplo, a avaliação da resistência da empresa em meio a um cenário de crise, abertura de um novo ponto de venda, inclusão de uma nova unidade de negócio etc. Posteriormente, desdobraremos de forma mais prática como se daria a utilização de um stress test nestes contextos.

Stress test e mercado financeiro: entenda relação

Este processo é bastante famoso entre investidores de risco. A aplicação do stress test sobre uma determinada carteira de investimentos, por exemplo, é uma prática bastante utilizada por diversos investidores. Isso com o intuito de diminuir a incerteza que permeia esta realidade. 

Nosso objetivo principal neste artigo é falar sobre o stress test quando aplicado a negócios. Todavia, caso você tenha interesse, pode conferir um pouco mais sobre a aplicação para uma carteira de investimentos neste texto do blog Mais Retorno.  

Stress test: conheça os vários tipos

Por se tratar de um processo bastante adaptável, é interessante o conhecimento acerca dos três principais tipos de stress test que podem ser conduzidos na sua empresa:

Cenário hipotético

Este é o caso que permite maior flexibilidade. Afinal, se pode mexer com diferentes variáveis de forma a entender como uma empresa se comportaria em diferentes cenários. Nesse caso, deve-se partir de um “cenário 0”, que é o cenário atual do negócio. E, então, desenhar diferentes cenários ajustando as variáveis que podem impactar na performance financeira da sua empresa.

Por mais que seja um formato bastante flexível e que dá espaço à imaginação, uma dica é a busca de embasamento por meio de dados secundários para o desenvolvimento dos cenários alternativos. Quanto maior for o embasamento e a utilização de números factíveis, maiores serão as chances de você conseguir se aproximar da realidade futura em um dos cenários desenvolvidos na projeção realizada. 

Cenário histórico

Neste formato, a recomendação é a utilização de dados históricos (tanto internos quanto externos). Por exemplo, para a criação dos diferentes cenários se pode buscar dados específicos da performance do mercado em um determinado ano. Ou, então, em um determinado evento, como a crise de 1929.

A partir de tal busca, deve-se desenhar projeções de como o negócio poderá se comportar se este caso se repetisse.

Cenário estilizado

Neste caso, mexe-se apenas com uma variável específica. Por exemplo, pode-se adotar a inflação como variável e trabalhar com diferentes cenários: um cenário com inflação de x%, um com inflação de y%. Outro cenário pode ser com inflação de z% e, a partir deles, entender qual será a performance do negócio em questão.

Na 4CINCO, gostamos de usar, principalmente, o tipo hipotético. Pois, dentro dos diferentes cenários desenhados, pode-se criar um cenário mais voltado para os dados históricos da empresa e/ou do mercado, um cenário estilizado considerando apenas uma variável de grande relevância e outros cenários hipotéticos desenhados de acordo com possibilidades futuras que podem acontecer.

Como funciona o stress test?

Para que você seja capaz de conduzir este processo em seu negócio, nós desenvolvemos alguns passos imprescindíveis. São eles:

1) Entenda o seu objetivo:

A clareza de objetivo é um ponto essencial para a condução do processo de stress test. Afinal de contas, é a partir do seu objetivo que todos os cenários se desdobrarão. Portanto, você precisa ter clareza de qual a resposta o processo precisa proporcionar.

Um exemplo de resposta que pode ser buscada pela aplicação do stress test: “qual o impacto das diferentes formas de captação de recursos que posso adotar no financeiro do meu negócio? Como ele irá se comportar frente às diferentes alternativas?”

2) Desenhe o seu cenário 0:

O cenário 0 é o ponto de partida do processo. Ele deve descrever a situação atual do negócio e será a partir dele que todos os demais cenários serão desenhados

3) Levante dados relevantes:

A busca de dados secundários (ou primários, dependendo do objetivo do teste) é essencial. Dessa maneira, dedicar tempo para o levantamento de informações garantirá maior assertividade nas projeções que você realizará

4) Crie seus cenários alternativos:

Uma vez que você tem um objetivo claro, o cenário 0 desenhado e dados para embasar o processo coletados, está na hora de desenhar os cenários alternativos. Os cenários alternativos devem representar as diferentes possibilidades que podem impactar seu negócio – sempre tendo em mente que o objetivo é o cenário 0!

5) Faça projeções financeiras:

Desenvolva projeções financeiras para todos os cenários alternativos que você desenhou. Traduzir as ações em impactos numéricos é essencial para a tomada de decisão posterior

6) Defina os prós e contras:

Além das projeções financeiras, é interessante que você crie uma matriz com prós e contras para todos os diferentes cenários. Isso de forma a entender os riscos e oportunidades que cada um deles pode representar para a sua empresa. Uma possibilidade aqui é o uso da matriz SWOT.

7) [BÔNUS] Desdobre a relação caixa x competência x comportamento de patrimônio:

Entenda o impacto dos cenários em relação ao fluxo de caixa da sua empresa, DRE (lucro ou prejuízo) e aumento/diminuição de passivo/ativo.

Um dos principais erros cometidos pelas empresas ao criar cenários dentro do processo de teste de performance é olhar apenas para o regime de caixa ou regime de competência. Ou, então, não analisar o processo de endividamento que pode surgir a partir da adoção de algum dos cenários desenhados.

Por isso, para todas as projeções financeiras que você fizer, tenha sempre em mente que elas precisam dar conta destes três pilares simultaneamente de forma a não deixar seu negócio vulnerável!

8) Tome a decisão:

Uma vez desenvolvidos todos os passos anteriores, a tomada de decisão será quase natural. Entenda qual o cenário mais benéfico para o seu negócio e adote ele como objetivo futuro

9) Desdobre o plano operacional:

Caso você esteja desenvolvendo cenários que envolvam algum tipo de execução por parte da sua empresa (não apenas uma análise de consequências para diferentes possibilidades), o último passo é desdobrar o cenário pretendido em um plano de ação.

Tenha clareza sobre o que precisará ser realizado por você e pela sua equipe para tornar o cenário pretendido em realidade. Neste artigo do nosso blog, nós falamos um pouquinho mais sobre gestão de projetos e ele poderá te ajudar a traçar seu plano de ação, bem como, a acompanhar sua execução.

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